A opinião de Tiago Correia

O que torna possível o Metaverso?

Já existiram muitas tentativas de desenvolver um espaço virtual relevante, mas nunca foi tão provável a sua concretização.

Antes de mais: O que é “o” Metaverso?

O Metaverso é um universo virtual com a representação digital de pessoas, lugares e coisas.

A Meta, que detém o Facebook trás o tema para a ribalta e apresenta uma visão de cooperação entre players para que possa surgir “o” Metaverso em vez de cada um desenvolver “os seus” Metaversos, reconhecendo que é uma missão que só é concretizável unindo esforços.

Mas, o que torna possível o Metaverso?

Desenvolvimento colaborativo: O primeiro aspeto e, para mim, o mais relevante para viabilizar esta tarefa epopeica, é o envolvimento dos gigantes tecnológicos. Quer a nível de software, quer a nível de hardware, ninguém quer ficar de fora na construção desta plataforma de realidade virtual.

Sensação de presença em espaços virtuais: A evolução tecnológica permite que a experiência em realidade virtual e aumentada seja hoje muito melhor que há poucos anos atrás. Uns óculos de realidade virtual deixavam tonto quem os experimentava e é fundamental conseguir desenvolver outros sentidos num mundo virtual, como por exemplo o tato.

Criptomoedas e NFTs: As criptomoedas e os NFTs permitem criar um conceito de economia digital porque permite o surgimento de um comércio virtual, tendo os NFTs um papel importante no desenvolvimento do conceito de propriedade em ambiente virtual.

Para mim, estes 3 pontos são fundamentais para que possamos acreditar que esta plataforma vai mesmo surgir: O envolvimento de todos na construção deste novo mundo, a melhoria da experiência do utilizador e a possibilidade de se desenvolver uma economia virtual.

O que podem fazer as marcas para acompanhar esta tendência?

Estamos num momento semelhante ao princípio do milénio em que as marcas começavam a vislumbrar a importância das redes sociais mas ainda não era, para elas, relevante ter uma estratégia de media digital. Vejam o que aconteceu em 20 anos. Não há marcas que sobrevivam sem uma estratégia de social media. As marcas precisam urgentemente de ter equipas a pensar naquela que será a sua existência virtual e a dos seus produtos. Porque não basta decidir entrar no Metaverso ou criar uma estratégia, é necessário apostar em tecnologia que suporte esta estratégia.

Diria mais, julgo que podemos assumir que a discussão já não deve ser estar ou não estar no Metaverso, mas sim, como estar e quando começar. Tal como nas redes sociais, pode não ser possível sobreviver sem fazer parte desta economia digital.

Existem já marcas a testar presenças em jogos online, como é o caso da Balenciaga com vendas relevantes no jogo Fortnite e outras a explorar experiências imersivas, como é o caso da “House’s Gucci Garden Archetypes” que explora a visão criativa da marca.

Como tal, a sua marca precisa de se desenvolver ou internamente ou com parceiros tecnológicos, uma estratégia para a presença virtual da marca.